domingo, 6 de junho de 2010

Coping & Espiritualidade


Denise de Assis CRP 05/35152
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De acordo com Dr. Harold Koenig (o maior pesquisador da atualidade sobre religião, espiritualidade e saúde – Universidade de Duke, EUA), durante a maior parte do século XX, a resposta para a pergunta “Crenças religiosas e práticas espirituais ajudam as pessoas a lidarem melhor com suas questões?”, seria “Não”. Na melhor das hipóteses, religião era algo considerado irrelevante para a saúde. E na pior, como algo emocionalmente doentio e um sintoma ou causa da neurose.
Este quadro começou a mudar a partir do momento em que pesquisadores passaram a estudar sistematicamente as conseqüências das crenças e práticas religiosas. Mesmo antes do ano 2000, mais de 700 estudos examinaram a relação entre religião, bem-estar e saúde mental.
Tais práticas não foram associadas apenas a menor índice de depressão ou recuperação mais rápida de estados depressivos (60 de 93 estudos), menor taxa de suicídio (57 de 68), menor ansiedade (35 de 69) e menor abuso de substâncias (98 de 120). Também foram associadas ao bem-estar, esperança e otimismo (91 de 114), maior propósito e objetivo de vida (15 de 16), maior realização e estabilidade nas relações conjugais (35 de 38) e maior apoio social (19 de 20).
Atualmente, fatores religiosos e espirituais têm se configurado como tema de pesquisa na área de psiquiatria. Por muito tempo, crenças e práticas religiosas estiveram diretamente relacionadas à histeria, neurose e delírios psicóticos, no entanto, estudos recentes têm revelado outro lado da religião, servindo como recurso psicológico e social para lidar com situações estressantes (Koenig, 2008, p.1) .
Atualmente, começa a chamar atenção da Comunidade Científica o fato de alguns pacientes responderem de forma mais satisfatória a determinados tratamentos médicos quando possuem algum tipo de crença religiosa/espiritual, independente de estarem ligados a uma religião tradicional ou a uma busca pessoal.
Panzini et al. (2007,p.113) ressalta que no desenvolvimento dos estudos sobre a qualidade de vida, a importância e o envolvimento das questões espirituais estiveram presentes desde o início. Com isto, o campo de qualidade de vida pode se tornar um mediador entre o campo da saúde e o campo das questões religiosas/espirituais.
Segundo Kenneth Pargament (Koenig apud Pargament, 1997), a teoria do Coping diz respeito ao sentido pelo qual o ser humano se esforça para valorizar significativamente em tempos de dificuldade, algo que para ele já é importante. Buscar esta significação pode ser no âmbito psicológico, social, físico, material ou espiritual. Apesar do modo em que esta significação é definida, o processo de Coping envolve uma atenção em manter ou transformar tais coisas que valoriza, mas de forma mais profunda e em períodos de sofrimento. Nos últimos 30 anos, interesses científicos no processo de Coping cresceram significativamente e é grande o número de artigos publicados nesta área.
No caso do Coping relacionado a espiritualidade, de acordo com Koenig (1998), ter a informação de que a fé é algo primordial para o indivíduo, amplia a possibilidade de conhecer algo dele, mas não como esta fé se expressa em situações específicas. O processo de Coping ligado a espiritualidade pode fornecer conforto, estimular o crescimento pessoal, facilitar o convívio com outros ou oferecer algum propósito de vida (Koenig apud Pargament & Parke, 1995).

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